segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Beijando Beijos


Não se beija por beijar, beijamos por querermos o beijo
Ele tem sua elaboração iniciada na fabrica de nossas emoções.
Aproximamos os rostos com olhos nos olhos que nos dirão ? sim
O ofegar começa lentamente e explode no momento certo e acertado num ?
sem querer querendo?
Os narizes se roçam, claro, sem querer!
As mãos dele normalmente mais audazes? imobilizam? o rosto desejado que deseja imobilizado ser.
Milésimos de segundos orquestreiam o momento
Primeiro um roçar de lábios e um beijo sem respeito com todo respeito numa das faces dela.
Aí o abraço cheio de braços como dois polvos, dão segurança ao palco do espetáculo anunciado.
Então os anjos que trouxeram em suas asas o papiro autorizativo, pousam nos ombros.
As mãos agora resolvem passear pelos cabelos com forças alternadas.   Um novo ?então? entra no palco de olhos fechados, mas com almas  vendo todos os pequenos e rápidos beijos que  orgasmicamente ? agridem? ambos os lábios
Agora não há quem domina e nem dominado, mas sugantes lábios insaciáveis como beija-flores jurássicos
São beijos assim que fazem alguns de nossos  momentos  eternos e  nos dizem que beijar beijos é tarefa dada aos homens e não a arcanjos.
Ah, beijos meu de cada dia,... Onde estão ?

Francisco Veloso