EXTERMINADORES DE SONHOS!

Arnold Schwarzenegger que ficou conhecido no mundo cinematográfico com um personagem de um dos seus filmes “O Exterminador do Futuro”, reafirmou sua imagem recentemente quando ainda governador da Califórnia: não deu perdão a um condenado e reconhecidamente regenerado. Este morreu com uma injeção!
No nosso mundo cristão e recém saídos das “festas” de final de ano, ficamos sabendo que alguns coleguinhas tidos como “inspirados por Deus”, resolveram cancelar o natal e condenar e demonizar veementemente os seus adereços, enquanto ( tentam) ressuscitam  como permanentes, antigas festas judaicas. Para que pesar o trauma numa família com o cancelamento do natal? Para que explicar a uma criança que ela não ganhará presente, que em casa não terá árvore de natal e que papai Noel é coisa do diabo!Por que cancelar o dia 25 de dezembro e manter as festividades o dia 31 de dezembro como o último dia do ano?  São os “Arnolds” que caminham em nossas estepes!
Mas fiquei meditando sobre até onde estes senhores poderão chegar, e aqui não vai uma idéia para eles não !  Imaginemos por exemplo o Hino Nacional Brasileiro: “ Desafia o nosso peito a própria morte” “ pátria amada idolatrada”,  “a imagem do Cruzeiro resplandece”, “desafia o nosso peito à própria morte” “ não teme quem te adora a própria morte”. Imaginemos o Hino da Independência : “ Ou ficar a pátria livre ou morrer pelo Brasil”.  Estes senhores de Greyskul num rasgo de inspiração vão acabar proibindo que suas ovelhas cantem este hinos idolatras, não escritos por evangélicos . Eu temo por estes xiitas; não por eles, mas pelos estragos que est ão causando!             
Fui convidado por um destes senhores a me tornar Nobre no Templo de Salomão pagando dez mil reais por este título. Mandei dizer a este cara que um verdadeiro apóstolo, o Pedro, em uma de suas epístolas me declara sacerdote real (a mim e a milhões) sem pagar nada porque o preço já foi pago por Jesus Cristo.
Mas acabei de receber um e-mail já deletado fazendo campanha para eleger alguém presidente da CBB. Ora bolas, é assim mesmo que funciona a política eclesiástica? Fazemos campanha antes, lotamos ônibus de eleitores para estarem na Convenção, pagando-lhes a inscrição, e depois “pedimos a Deus para fazer a sua vontade ?”
Eu luto, quero lutar contra estes Arnolds, quero sonhar, porque é preciso!

Francisco Veloso

PASTOR ENVELHECE, OVELHAS NÃO.

Fiquei triste com a tristeza daquele colega com quase 70 anos. Ele aspira e se julga capaz de pastorear uma igreja que está sem pastor há quase três anos e que neste tempo passara por três divisões. Veladamente foi recusado por causa da idade e o porta-voz da recusa (que tem 72 anos) afirmou que “a igreja quer um pastor mais jovem”. Imagine!
Ora, neste momento aquela igreja precisa é de alguém experiente e não de outro que esteja recente no ministério ou iniciando agora. Poderia até ser por um tempo determinado, tipo ministério de rescaldo para num futuro não tão longínquo, passar o cajado para alguém mais jovem. Entendo até que certos pastores precisam ter autocrítica quanto ao seu desenvolvimento intelectual, raciocínio e atualização, porque quem não faz isto é velho em qualquer idade!   

Conheço algumas histórias de pastores idosos que por “livre e espontânea pressão” tiveram que deixar o pastorado e passa-lo para um mais jovem. Este, ao assumir o pastorado implementou mudanças radicais e não emplacou dois anos no ministério. “ Ah, que saudade do pastor fulano, se fosse ele isto não tinha acontecido”. Mas saudade não coloca gasolina no velho carro do pastor velho, não paga os seus remédios, plano de saúde, e não lhe dá condições de compra de uma roupa nova! Este ancião a que me refiro, ganhava ao tempo de hoje três mil reais mensais livres, mas ao deixar o pastorado foi viver de 450 reais pelo intocável INSS e o magnífico plano de saúde chamado SUS. Podem imaginar o choque existencial na vida do obreiro? Por dois anos, enquanto pude eu o ajudei mensalmente. Hoje eu não sei nada dele!Sei de uma história de três igrejas que após os seus pastores se afastarem, mantiveram o seu salário e moradia até que eles morram. Três únicas histórias; se houver outra, que me contem.Normalmente as igrejas desejam que seus pastores lhe dediquem tempo integral, o que é legitimo. Mas diante do abandono de nossos velhos pastores, podemos mesmo criticar aque les que buscam uma profissão alternativa, algo que o sustente depois de jubilado no ministério? Não podemos desprezar os pastores mais velhos! Roboão fez isto; diz o texto em II Cro. 10:8 : “ Porem ele desprezou o conselho que os anciãos lhe tinham dado e tomou conselho com os jovens que haviam crescido com ele e o serviam”. Roboão aumentou o peso do seu governo em cima do povo e com isto povo se rebelou contra a casa de Davi até os dias de hoje!E os pastores que no decorrer de seus ministérios sofreram uma queda e por isto se tornaram velhos e inaproveitáveis? Fico pensando se o velho Pedro com seu curriculum se candidatando ao pastorado de uma igreja: cortara a orelha de um soldado porque errara a cabeça, ajudara e assistira a Jesus nos milagres e mesmo assim negou-o por três vezes, e agora quer pastorear uma igreja? E o rei Davi? E Paulo com seu passado de grande violência? Não, não servem.Lembra-se de Winston Churchill? Foi considerado velho para o seu país, a Inglaterra e afastado, mas quando esta entrou em guerra contra a Alemanha e perdia, chamaram Churchill aos 81 anos que comandou o seu país na vitória! Um teólogo caipira me disse que num carro pesado de bois, o tocador do carro coloca o boi velho na frente para dar direção, e atrás coloca bois novos e sobre estes o peso. Usam os jovens, mas não se dispensa o boi velho!Não, não tenho planos, idéias quanto ao sustento condigno dos obreiros aposentados, mas penso estar provocando uma discussão sobre o assunto. Roma nunca abandona os seus padres e estes não passam necessidades. Viver pela fé é também um ato das ovelhas para com os seus pastores, porque senão vamos continuar achando que ovelhas não envelhecem, mas os pastores sim e são descartáveis!

Francisco Veloso


O DIREITO DE DIZER NÃO!

Aos condenados ao “reino do sim!”

Com o nosso crescimento físico, vamos perdendo o direito de dizer “não”. As crianças chegam até ao engraçado quando dizem “não”. O bebê se expressa com gestos, olhares e sorrisos; quando cresce esta espontaneidade fica mais contida. Você nunca quis pegar uma criança no colo e ela simplesmente se vira, ou diz não e você riu sem graça? Mas crescemos e vamos ficando hipócritas, porque se não quero falar com fulano ou beltrano, perco tempo ouvindo e falando porque não posso dizer não. Não quero ir ao culto,.... mas vou! Não quero viajar, mas viajo. Não quero comer tal comida em tal lugar, mas como, porque cristão, sou humilde e não posso rejeitar. Não quero ser encontrado, mas como sou crente tenho que ficar à disposição de qualquer um. Não quero fazer sexo, mas como não sou dono meu corpo, faço por obrigação ( isto dói na alma). Não quero ir pregar naquele lugar tão longe, mas como sou pastor e sou chamado ( é uma ordem) aceito. Não fomos ensinados a dizer não, até mesmo porque quem deveria nos ter ensinado não sabia.  A vida de adulto nos doma a receber, sem discriminar e sem escolher. Somente quem sabe dizer “não” é senhor de si mesmo, está no domínio de sua vida ao ponto até de modificar uma opinião! Aprender a dizer não, libertando-se da ilha do sim, é o mesmo que aprender a ter vida própria; quem pede quer o sim, e o não de quem o diz, é sim saudável a si, sem dó nem ré. Maysa, cantora de sucesso no passado, gravou “ Meu Mundo Caiu” onde ela se identificou e era identificada prontamente. Ela disse sim para muitas coisas e com medo de desagradar , deixar alguém triste, desapontado ou chateado, não sabia dizer não, e quando “disse” foi ao se sentir rejeitada no “acidente” na Ponte Rio-Niteroi ( o Rio diz nesta ponte que é mais importante do que Niterói; ela não se chama Niterói-Rio e parece só ter uma mão. Sim ao Rio e não a Niterói?). Jesus disse que para entrar no céu é preciso se fazer de criança, comportamento “sem cera” da sinceridade. Jesus também disse sem medo de desagradar: “qualquer que não levar a sua cruz, e não vier após mim, não pode ser meu discípulo” (Lc 14:27)


Francisco Veloso

OS OSSOS DE JOSÉ!

Eu tenho um amigo de infância, um pouco mais velho do que eu, falecido há coisa de 5 anos, e enterrado em outro estado, longe de sua terra, amigos e família. Eu penso em recolher os seus ossos e levá-los para sua, nossa terra natal! Não, ele não me pediu isto antes de morrer; eu é que penso assim, por sentimentalismo e amizade que não acabou depois dele morto; também porque morreu crente por pregação minha! Esta lembrança me levou a José, que antes de morrer no Egito pediu para que seus ossos fossem levados para Israel. Ele se tornara vitorioso em outro país, mas não era de lá. Quem é do céu, pensa nele! A passagem bíblica com citação do assunto está também na história da saída do povo do Egito. O caminho dos filisteus era geograficamente o mais fácil, o mais perto e o mais farto. Então foi um erro o caminho pelo deser to? Antes de tomar o caminho indicado por Deus (  para que não se assustassem e voltassem) o povo acampou em Sucote. Moisés era estrategista e sabia que o caminho dos filisteus era mais fácil porque passariam por cidades, teriam como comer, tomar, possuir, beber água com facilidade e o caminho era mais curto. Mas Moisés sabia que Deus sabia que se o caminho era mais fácil para ir, seria também para voltar. E o  que toma a “direção da terra prometida” e no meio do caminho volta para o Egito, é o mesmo que preferir as facilidades da escravidão. Verdade, tem gente que mesmo escravo se acha em liberdade porque se “acostumou com as cebolas do Egito” ( Hoje? Sexo fácil, drogas, corrupção, apropriação indébita, locupletação, favorecimentos, etc) e se sai, quer voltar logo ou fica reclamando da vida! O caminho do deserto pode parecer o mais difícil, e era;  mas Deus estaria nele como esteve na nuvem, fogo, maná...! Mas o que garantiu a presença de Deus no deserto? Foi a obediência a um pedido-acordo com José: “ ao saírem daqui, levem os meus ossos porque assim o Senhor será com vocês”. Moisés cumpriu a promessa e Deus honrou o acordo. Mas porque quarenta anos no deserto? Para purificar o povo, porque o que saiu do Egito era um, o que entrou em Canaã era outro; poucos eram os mesmos que saíram da escravidão! Verdade: durante quarenta anos se reproduziram, morreram, e quem nasce no deserto, sabe se comportar na terra prometida

PS – quando da minha primeira vez no Egito, o nosso ônibus parou no sinal; logo depois parou ao lado um caminhão enorme com milhares de grandes cebolas roxas. Meus olhos brilharam e tentei pegar uma nem que fosse para fotografar. Não consegui porque a janela do ônibus não abriu! Confesso...!

Francisco Veloso