Flagrei você me flagrando me decifrando e seu
olhar corretamente me acusando.
Sinto muito sentir uma dor que parece rasgar
minh’alma, sabendo-me sem bálsamos.
Não queria estar passando porque passo, porque não passa!
Sinto muito não ter sabido mante-la perto, não
sendo esperto dormi nas minhas esquinas.
Não queria faze-la chorar, pensando-me caso perdido,
escondido no gelo escandinavo.
Sinto muito vê-la de outro, outro a tendo numa
tenda dele e eu que entenda.
Sei que a fiz esperar demais, e demais é muito para
quem tinha um só, que era eu.
Era, e sinto muito por isto a ponto de pensar num
ponto final da vida, que não é com a condenação sem você.
Sinto muito e procurarei perdoar-me para de pois lhe
rogar perdão pelas perdas.
Sinto muito por não saber agora traduzir em palavras
a dor da realidade de sabe-la nunca mais.
Sinto muito, e como dói!
Francisco Veloso